XÉXÉ
Ouve gritos
No horizonte que pisas diariamente,
Não são nada – dizem-te eles –
São um insulto à vossa inteligência
Mas oh
Espanto cartesiano, blasfémia imunda
Pára de mentir, comer e foder
Vira a cara e fecha os olhos
Vira a cara e fecha os olhos diz-te
XÉXÉ
Esquece e desaparece
Estás à espera de quê?
Dum temporal mais forte que te faça voar
Para as ilhas desertas inventadas dentro de ti que não assumes?
Olha que os maremotos molham
Mais do que uma maré constante e conhecida
Vem com
XÉXÉ
Até às ilegíveis constelações
Sempre fresquinhas
Leva
XÉXÉ
Daqui
Minha querida
Leva
XÉXÉ
O mais longe possível
Da gordura da frieza
Reage
Ama odeia ama odeia
E
Morre
XÉXÉ
Cordas vocais desperdiçadas
Penduraditas pelo fio de sangue
Que nos une a vontade à acção
A bold negrito arial black whatever
2378902346737439
lá estão eles outra vez a implorar por
XÉXÉ
Sempre a implorar por mais
XÉXÉ
O sino do outro lado do rua soou a tempo
O silêncio é demasiado perspicaz e
Perigoso
24 horas antes do fim
Onde adormeces violado e espancado
Dormes e não sabes sonhar
Esqueces o ano rápido que passou
XÉXÉ
Dádivas nas árvores como frutos em livros
Catanas e canadianas
A piano
Palavras paradas com imagens ilustradas
Olhas e contestas
Que fácil é contestar a ordem da anarquia
Conquista atão as regras assimiladas
Que a inércia invadirá as galerias de
Ouro preto prata palha cobre vadio
Sorri
XÉXÉ
Amanhã é outro dia
XÉXÉ
Outra vez
XÉXÉ
As letras insistem em calar-se
Calam-te
Acompanham a música que nunca termina
Diz trais te na tenra alienação canídea
E que bom que é
Ser
X
É
X
É
Carpe diem aos pulinhos
Preso ao vento da contradiçãozeca pseudo qualquercoisinha nha nha
Mas quem lhes deu o poder?
Foi
X
É
X
É
Subjugação como orgasmo de frustração
Decide o ritmo
O auge
A queda
Sabem o que
X
É
X
É
Quer
?
Bichos maleáveis de todas as cores
Têm brechas profundas fáceis de explorar e exportar
Cuspir e encher de escárnio e mijo
Vamos a Isso !
Estão em saldo existem e são
Dão pão aos peões e às torres de
X
É
X
É
Multiplicam o que se convier
Desejam tanto
X
É
X
É
Vinho e fumo
Tanto tanto tanto
Muito muito muito
Foda-se caralho e merda
Que inadequado
Ui ai oi txé txé tchau upa upa
Estamos aborrecidos não vês isso
?
Pompa e circunstância
Set an setting
Mise en scène
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Venham as aparências em fila indiana
Cada bomba mata muitos
Cada muitos matam bombas
Desperdício és tu
Desperdício é
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Costa da caparica à vista nas
Frinchas hegemónicas porque espreitas
Alguém decide por ti
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Decide por mim
Decide quanto pó se acumula
Por dentro e por detrás do armário
No outro mundo
Pandora prostitui-se
Chulice
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Nas bibliotecas que queres ser obrigada a pagar
Ler inserir digerir e ter boa nota
A tristeza existe
E esmaga propinas como quem esmaga
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Interrompe as pessoas
Rege-se por parâmetros abstractos
Embrulhados nas borboletas da ganância
Gravata oportunista compra
Mais e mais e mais e mais animais
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
O conhecimento foi julgado
E enforcou-se à distância
Nos montes do sublime
Homem da renascença
Mulher da dependência
Estão a ver o pôr-do-sol
Descontente de desejo
Pinta! Pinta! Pinta!
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Sabes beeeeeem
Digo-te já puto
Ouvi dizer diz-se que
No bairro alto só há pretos e bichas
Histéricas extrovertidas @ XÉXÉ’S!
Drogaditos de seringa sem família
Poisé zézinho bola de neve meu amigo Povinho calca o charuto todo o dia
De o que fazes aqui seu rótulo justo
Teu algo que não serás nunca muito Mais ou menos
Menos ou mais
Limpo não és algo não és fado não és
XÉXÉ
Tudo? Nada!
Nada? Tudo!
XÉXÉ
Na sala de tortura aponta-se o dedo
Com a calmia de um motim global
De gás lacrimogénio e paz mundial
Argumentos que trespassam pelo ar
Em freixo de espada à cinta
Estrelas cadentes e castelos ao luar
Lá se passou a tua vidinha
E que tal? Gostaste?
XÉXÉgaste?
XÉXÉque-mate
?
Morto numa cama dos subúrbios
Com netos bastardos dívidas hérnias
Penitente aos tubos do banco-cancro
Já sangras dos joelhos e tornozelos
E as cicatrizes riem-se histericamente
De ti e de todos
Planta uma árvore!
Apanha uma bala!
XÉXÉ
Is
Watching
Colhes as sementes
Que apreendes enquanto comunicas
E sentes crescer
O motivo escondido que não existe
Pentagrama infinito
Com uns olhos
Cheios de doce oculta magia
Buscando amedrontada pelas ocasiões octagonais do óbvio.
Vejo
XÉXÉ
Do outro lado da colher disforme
O negrume desse feitiço possível
Está aqui à minha frente
XÉXÉ
Dicotómico, plausível e esvermelhado
Não conseguem caminhar sem o outro
Escarrapachado em folhas A4
Por todo o lado
XÉXÉ
Frente e verso
O que é que interessa
O teu novo cabelo dos elementos
Que te faz sentir tão bem?
Desaparecerá
Um dia
Não chegarão os olhares
Existirá
XÉXÉ
No amanhã que desprezo imaginar
Critica! Investe! Serve!
Sodomiza a televisão
Chama-lhe procriação
Deus
XÉXÉ
Pátria
XÉXÉ
Família
XÉXÉ
É isso que querem
?
Revolution is my first name
Who cares who sees feelings
Nature was not created
XÉXÉ
Is creation
XÉXÉ
Is nature
Find the mystery in yourself
And live happily ever after
Floating in the water
There are tires in the mind
And we all will die
XÉXÉ
Isn’t that right? Left? Right? Left?
Bleed bitch bleed
Suck suck suck
Everything in its wrong place
We only come out underlined
Because the world is a empire
Make your own language
Make your own skeleton
And give it all away to
X
É
X
É
X
É
X
É
Piss vinegar madonna
Everlasting american dream
God is dead we die young
Burn your brain in their face
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
XÉXÉXÉXÉ
Will be there to catch you
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