Tuesday, March 23, 2010

XÉXÉ

Ouve gritos

No horizonte que pisas diariamente,

Não são nada – dizem-te eles –

São um insulto à vossa inteligência

Mas oh

Espanto cartesiano, blasfémia imunda

Pára de mentir, comer e foder

Vira a cara e fecha os olhos

Vira a cara e fecha os olhos diz-te

XÉXÉ


Esquece e desaparece

Estás à espera de quê?

Dum temporal mais forte que te faça voar

Para as ilhas desertas inventadas dentro de ti que não assumes?

Olha que os maremotos molham

Mais do que uma maré constante e conhecida



Vem com

XÉXÉ

Até às ilegíveis constelações

Sempre fresquinhas


Leva

XÉXÉ

Daqui


Minha querida

Leva

XÉXÉ

O mais longe possível

Da gordura da frieza

Reage

Ama odeia ama odeia

E

Morre

XÉXÉ






Cordas vocais desperdiçadas

Penduraditas pelo fio de sangue

Que nos une a vontade à acção

A bold negrito arial black whatever

2378902346737439

lá estão eles outra vez a implorar por

XÉXÉ







Sempre a implorar por mais

XÉXÉ






O sino do outro lado do rua soou a tempo

O silêncio é demasiado perspicaz e

Perigoso

24 horas antes do fim

Onde adormeces violado e espancado

Dormes e não sabes sonhar

Esqueces o ano rápido que passou

XÉXÉ






Dádivas nas árvores como frutos em livros

Catanas e canadianas

A piano

Palavras paradas com imagens ilustradas

Olhas e contestas

Que fácil é contestar a ordem da anarquia

Conquista atão as regras assimiladas

Que a inércia invadirá as galerias de

Ouro preto prata palha cobre vadio







Sorri

XÉXÉ

Amanhã é outro dia

XÉXÉ

Outra vez

XÉXÉ





As letras insistem em calar-se

Calam-te

Acompanham a música que nunca termina

Diz trais te na tenra alienação canídea

E que bom que é

Ser

X

É

X

É

Carpe diem aos pulinhos

Preso ao vento da contradiçãozeca pseudo qualquercoisinha nha nha

Mas quem lhes deu o poder?

Foi

X

É

X

É

Subjugação como orgasmo de frustração

Decide o ritmo

O auge

A queda

Sabem o que

X

É

X

É

Quer

?



Bichos maleáveis de todas as cores

Têm brechas profundas fáceis de explorar e exportar

Cuspir e encher de escárnio e mijo

Vamos a Isso !




Estão em saldo existem e são

Dão pão aos peões e às torres de

X

É

X

É

Multiplicam o que se convier

Desejam tanto

X

É

X

É

Vinho e fumo

Tanto tanto tanto

Muito muito muito

Foda-se caralho e merda

Que inadequado

Ui ai oi txé txé tchau upa upa

Estamos aborrecidos não vês isso

?








Pompa e circunstância

Set an setting

Mise en scène


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Venham as aparências em fila indiana

Cada bomba mata muitos

Cada muitos matam bombas

Desperdício és tu

Desperdício é


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Costa da caparica à vista nas

Frinchas hegemónicas porque espreitas

Alguém decide por ti


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Decide por mim

Decide quanto pó se acumula

Por dentro e por detrás do armário

No outro mundo

Pandora prostitui-se

Chulice


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Nas bibliotecas que queres ser obrigada a pagar

Ler inserir digerir e ter boa nota

A tristeza existe

E esmaga propinas como quem esmaga


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Interrompe as pessoas

Rege-se por parâmetros abstractos

Embrulhados nas borboletas da ganância

Gravata oportunista compra

Mais e mais e mais e mais animais


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


O conhecimento foi julgado

E enforcou-se à distância

Nos montes do sublime

Homem da renascença

Mulher da dependência

Estão a ver o pôr-do-sol

Descontente de desejo

Pinta! Pinta! Pinta!


XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ


Sabes beeeeeem

Digo-te já puto

Ouvi dizer diz-se que

No bairro alto só há pretos e bichas

Histéricas extrovertidas @ ’S!

Drogaditos de seringa sem família

Poisé zézinho bola de neve meu amigo Povinho calca o charuto todo o dia

De o que fazes aqui seu rótulo justo

Teu algo que não serás nunca muito Mais ou menos

Menos ou mais

Limpo não és algo não és fado não és

XÉXÉ

Tudo? Nada!

Nada? Tudo!

XÉXÉ






Na sala de tortura aponta-se o dedo

Com a calmia de um motim global

De gás lacrimogénio e paz mundial

Argumentos que trespassam pelo ar

Em freixo de espada à cinta

Estrelas cadentes e castelos ao luar

Lá se passou a tua vidinha

E que tal? Gostaste?

XÉXÉgaste?

XÉXÉque-mate


?





Morto numa cama dos subúrbios

Com netos bastardos dívidas hérnias

Penitente aos tubos do banco-cancro

Já sangras dos joelhos e tornozelos

E as cicatrizes riem-se histericamente

De ti e de todos

Planta uma árvore!

Apanha uma bala!


XÉXÉ

Is

Watching

XÉXÉ


Colhes as sementes

Que apreendes enquanto comunicas

E sentes crescer

O motivo escondido que não existe

Pentagrama infinito

Com uns olhos

Cheios de doce oculta magia

Buscando amedrontada pelas ocasiões octagonais do óbvio.


Vejo

XÉXÉ


Do outro lado da colher disforme

O negrume desse feitiço possível

Está aqui à minha frente

XÉXÉ

Dicotómico, plausível e esvermelhado

Não conseguem caminhar sem o outro

Escarrapachado em folhas A4

Por todo o lado


XÉXÉ

Frente e verso

XÉXÉ


O que é que interessa

O teu novo cabelo dos elementos

Que te faz sentir tão bem?

Desaparecerá

Um dia

Não chegarão os olhares

Existirá

XÉXÉ

No amanhã que desprezo imaginar

Critica! Investe! Serve!

Sodomiza a televisão

Chama-lhe procriação


Deus

XÉXÉ

Pátria

XÉXÉ

Família

XÉXÉ

É isso que querem

?



Revolution is my first name

Who cares who sees feelings

Nature was not created

XÉXÉ

Is creation

XÉXÉ

Is nature

Find the mystery in yourself

And live happily ever after

Floating in the water

There are tires in the mind

And we all will die

XÉXÉ

Isn’t that right? Left? Right? Left?

Bleed bitch bleed

Suck suck suck

Everything in its wrong place

We only come out underlined

Because the world is a empire

Make your own language

Make your own skeleton

And give it all away to

X

É

X

É

X

É

X

É

Piss vinegar madonna

Everlasting american dream

God is dead we die young

Burn your brain in their face

XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ

XÉXÉXÉXÉ

Will be there to catch you





www.motoratasdemarte.blogspot.com

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