Monday, July 21, 2008

Abdul Affi mago e bispo da Igreja da Santa Cruzada do Caos Perpétuo é a porca essência de XÉXÉ e diz-nos:

“Actuem conscientes de que o racismo psíquico veio substituir a descriminação aberta e é hoje um dos aspectos mais repugnantes da sociedade!

Abandonem toda a pureza ideológica, abracem o anarquismo nem colectivista nem individualista. Limpem os templos, destruam os ídolos, desembaracem-se do velho, das relíquias e dos mártires!

O movimento anti-trabalho/trabalho zero é fundamental, incluíndo o ataque radical e violento contra a educação e a servidão das crianças!

Substituam as tácticas caducas de publicação/propaganda pela pornografia e o entertenimento popular como veículos de uma reeducação radical!

Na música, a hegemonia do compasso 2/4 e 4/4 tem de ser combatida. Precisamos de uma nova musica. Totalmente disparatada. No entanto, confirmadora de vida. Potente, mas ritmicamente subtil. O mesmo combate deverá ser dirigido aos “performers” auto-flageladores. Morte à arte da mutilação!

Viva a arte portadora de vida e de liberdade!

Necessitamos de uma nova estética XÉXÉ já!

O anarquismo tem de se descartar do materialismo evangélico e do banal cientifismo bidimensional do século XIX. Os “estados mais elevados de consciência” não são meros fantasmas inventados por sacerdotes malvados. O oriente, o oculto, as culturas tribais, possuem técnicas que podem ser assimiladas de maneira verdadeiramente anarquista!

Sem “estados mais elevados de consciência”, o anarquismo consome-se e dilui-se e seca-se num queixoso lamento. Necessitamos de um tipo prático de “Anarquismo Místico”, isento de toda a merda pseudo filosófica e do deslumbramento “New Age”. Inexoravelmente herético e anti-clerical. Ávido de todas as novas tecnologias de consciência e metanóia, uma democratização do xamanismo, ébria e serena!

A sexualidade foi assaltada, obviamente pela direita democrata-cristã, mais concretamente pela pseudo-vanguarda da “pós-sexualidade”, e mais subtilmente pela recuperação espetacular nos media e publicidade. Chegou o momento da reafirmação explosiva do Eros Polimorfo, de uma glorificação literal dos sentidos – queremos uma doutrina de gozo!

Abandonemos a vergonha e todo o ódio pelo mundo!

Ensaiemos novas tácticas para ocuparmos a caduca mentalidade de “esquerdistas”. Enfatizemos os benefícios práticos, materiais e pessoais na criação de redes radicais. Os tempos não são propícios para a violência ou combatividade (directa), mas com toda a certeza a sabotagem e a imaginação têm sempre lugar cativo no “espectáculo”!

Trama e conspira, não te acomodes nem te lamentes!

O mundo da arte em particular merece uma boa dose de “terrorismo poético”!

A sociedade pós-industrial trás algumas vantagens como a criação de redes digitais, ainda que possa vir a manifestar-se mais opressiva. As comunas de 60 procuraram fazer frente às forças da opressão – fracassaram!

Como podemos separar o conceito de espaço dos mecanismos de controlo?

Os gangsters territoriais e as nações-estado meteram a mão no mapa mundo inteiro. Quem invantará para nós uma cartografia de autonomia?

Quem pode esboçar um mapa que inclua os nossos desejos?

O anarquismo implica em ultima instância a Anarquia – e a anarquia é o caos. E o caos é o princípio da criação contínua. XÉXÉ chegou e o Caos não morrerá tão tarde
".




Wednesday, July 2, 2008

XÉXÉ anteconcorda com o zézé do Teatro Praga: "Vamos acabar com a arte do quotidiano, com as colecções lá de casa. Vamos acabar com a parafísica. Vamos acabar com o jogo. Vamos acabar com a sorte. Vamos acabar com a anarquia. Vamos acabar com a exaustão e os criadores exaustos. Vamos acabar com o silêncio. Vamos acabar com as questões em torno do processo. Vamos acabar com as questões. Vamos acabar com os mistérios. Vamos acabar com o intertexto. Fim das metáforas. Vamos acabar com as posições 'anti-narrativa'. Vamos POR FAVOR acabar com as 'petites histoires', as historinhas. Vamos acabar com a ironia. Vamos acabar com a indeterminação. Isto não é ironia. Vamos acabar com a ironia. Eu não me estou a rir. Vamos acabar com as personagens. Vamos acabar com a estrutura. Vamos acabar com acabar –
- Escreve-me uma peça.
- Eu quero fazer de mim própria. Quero fazer de princesa.
(Escritor tenta suicidar-se com uma almofada "

começa com XÉXÉ
motoconademarte@hotmail.com